FAÇA UM PEDIDO

Se você pudesse fazer um pedido hoje, o que seria?

Voltar no tempo? Ter um super poder ou uma super habilidade? Dinheiro? Amor?

O que você pede quando sopra a vela do seu bolo de aniversário? O que mais deseja nesse momento? Eu não me lembro de pedir nada nesse dia. Eu apenas sopro a vela e tento aproveitar aquele dia que não vai mais voltar.

Porém, nos demais dias do ano costumo ter muitos desejos (muitos pedidos). Confesso que já pedi muitas coisas…. algumas tangíveis, outras não impossíveis, mas completamente improváveis de realizar.

Se eu pudesse fazer um pedido hoje e ele pudesse se realizar num passe de mágica, eu pediria pra ser uma pessoa melhor. Ainda não sou a minha melhor versão, nem alguém que se orgulha de si mesmo. Também não sou alguém que você gostaria de conhecer ou se tornar próximo.

Quero ser alguém. Quero ser uma pessoa melhor. Uma cristã de verdade. Uma filha obediente e que honra os seus pais. Uma pessoa gentil, amável, sociável e de comunicação fácil e simples. Uma mulher inteligente. Alguém que se empenha bastante no trabalho e nos projetos que faz.

A criança que um dia eu fui certamente estaria decepcionada se pudesse ver a adulta que se tornou. Não era nada disso que ela queria ser quando crescesse.

Se você pudesse fazer um pedido hoje, o que seria?

“Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.” Mateus 7:8

“E, tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis.” Mateus 21.22

“Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera.” Efésios 3:20

Feche os olhos, faça o seu pedido e assopre a vela! Mesmo que hoje não seja seu aniversário, ainda estamos em 2023, então quem sabe até o final do ano seu pedido/desejo se torne realidade.

INVEJA

“A inveja é o combustível que produz o ódio. A falta de afirmação e amor próprio. Querer tá num lugar que não é o seu, em vez de conquistar fica de olho no que é meu.” (Trecho da música A casa vai cair – Dj Alpiste)

“Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as fornicações, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem.” Marcos 7:21-23

“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia,
Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,
Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.
Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.
Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.” Gálatas 5:19-26

É fácil apontar o dedo e culpar o outro. Expor em praça pública os pecados do outro. Quanto a você não sei, mas em mim há muitos pecados que preciso trazer a luz e o maior deles é a inveja. Não é fácil arrancar de nós algo que está bem enraizado e costuma doer muito, mas os pecados são como ervas daninhas que se não tiradas devidamente continuam a crescer e atrapalhar o desenvolvimento das coisas boas. O pecado leva a morte.

A inveja como disse o cantor acima é o combustível que produz o ódio. E é mesmo. Ela faz com que a gente deseje o lugar do outro, ser o outro, mas não nos esforçar para conquistar o que a gente quer. Isso é falta de amor próprio. Isso adoece a gente, atrasa a vida nos fazendo andar em círculos, até nos matar por dentro.

Você perde a sua identidade porque fica preso olhando a vida do outro enquanto a sua passa. Eu já estou na casa dos 30, mas ainda tenho em mim a inveja e a ingratidão. Gente assim não brilha e nem exala vida. Não há como lixo produzir bom perfume. Não é a pessoa que é um lixo de ser humano, mas é o mal que está nela que a contamina e afeta tudo à sua volta.

A inveja é uma ferida aberta que apodrece a gente por dentro. Ela nos sufoca e nos impede de viver uma vida plena, livre e feliz.

Eu não sei você, mas eu não quero mais viver aprisionada nessa podridão. Eu não quero mais viver nas trevas onde nada enxergo e só me machuco. Isso não é vida. E não é o Deus tem pra mim e pra você.

Se você assim como eu tem enraizado em seu ser a inveja, por favor, não desanime, nem se diminua, pois há solução. Confesse a Deus seus pecados! Dê nome a eles (inveja, mentira, idolatria, etc.) diga o que de fato você tem sentido, vivido e aceitado. Não vou mentir é doloroso, ainda que seja pra Deus essas confissões, elas doem. Mas a cura e a libertação começam assim, acendendo a luz dos quartos escuros da nossa alma. ❤

O QUE EU NÃO RESOLVO, ACABO POR REPETIR

“Tudo aquilo que eu não resolvo eu tenho que repetir.” Essa foi a frase que ouvi da professora de matemática do 6º ano da sala onde fico a tarde. E comecei a refletir sobre ela. É uma verdade não somente para a matemática, mas para a vida.

Tudo aquilo que eu não resolvo tendo a repetir, por exemplo, a procrastinação. Se eu não resolvo esse problema, logo me vejo sempre repetindo o erro de deixar o que eu tiver de fazer para depois.

Se eu não resolvo problemas emocionais vou acabar criando um padrão de repetição (que não desejo), mas acaba se tornando um hábito.

Você já teve aquela sensação de fracasso na vida? Aquele pensamento de que parece estar cometendo sempre os mesmos erros e não saindo do lugar? Pois é, eu também já. E isso se deve a questões não resolvidas ou mal resolvidas.

Quando eu não tinha uma autoestima saudável, nem sabia como me amar, eu era uma pessoa extremamente carente e instável. E ao me relacionar afetivamente, logo eu me via dependente daquela pessoa o que era prejudicial e perigoso. Eu repetia o padrão de dependência, de aceitar qualquer coisa por aquele relacionamento porque achava que precisava disso mais do que qualquer coisa na vida.

Por não resolver um problema emocional (da autoestima, do amor próprio) eu repetia um padrão de comportamento em todos os meus relacionamentos. Quando eu finalmente resolvi eu parei de viver um ciclo de repetição. Parei com os erros e com os excessos que me prejudicavam. Parei com a autossabotagem e não olhei mais para a superficialidade.

Se algo está dando errado significa que a gente deixou de aprender a lição. É preciso olhar com muita atenção, fazer uma autoanálise e enxergar o problema real para conseguir resolver e quebrar de vez o ciclo vicioso.

Tenha isso em mente. “Tudo aquilo que eu não resolvo eu tenho que repetir”.

Foto: Monstera/pexels

BONECA DE RETALHO

Um dia estava assistindo um episódio do desenho Três Espiãs Demais, onde uma das meninas foi selecionada como modelo por uma mulher que dizia ser de uma agência confiável, mas no final se tratava de uma tentativa de criar a modelo perfeita.

No episódio mostrava uma mulher costurada com várias partes de outras pessoas que a dona da agência considerava perfeitas. Uma boneca de retalho era o que parecia. Partes de corpos que não lhe pertenciam sob a ideologia da perfeição.

E quantos de nós já não desejamos ser como essa boneca? Quantas pessoas já não morreram numa maca na tentativa de ser quem não se é? Retalhos de um ser humano em busca de um padrão de perfeição insaciável, insatisfeito e inatingível.

Tira isso daqui e coloca ali. Quebra ossos e refaz o rosto. Aplica botox, silicone, arrisca a vida pela imagem distorcida, algo que não é real. Se quebra, se refaz… Pelo assédio, por aplausos, holofotes, por reconhecimento de uma beleza externa, pela inveja, pela falta de autoestima. Se quebra e se refaz pelo outro, para o outro.

E a vida fica vazia. Fica por um fio. Eu tenho que ser perfeito(a). A alma perde o próprio brilho, mas quem se importa? Afinal, é de máscaras que a gente vive, não é mesmo? Pra que se preocupar com a alma se não é ela que aparece diante dos outros? O reflexo vai ficando irreconhecível. E a dor só aumenta, pois nada disso preenche o vazio que se sente.

Uma boneca de retalho. Marcada pelas injeções, pelas linhas de sutura, pelas próprias frustrações. O corpo marcado, a alma vazia, os olhos sem brilho, a vida sem alegria. A cara esticada e o sorriso forçado. Peito e bunda empinados e alma em frangalhos. Barriga chapada, corpo desenhado e o coração dilacerado. Uma “Emília” sem alegria.

Não estou dizendo que é errado ou que sou contra cirurgias plásticas. Estou criticando os excessos, pois são esses que roubam a autoestima, a felicidade e sugam a alma para dentro de um buraco negro. Tornando um ser humano saudável num monstro costurado. Um monstro insaciável por um padrão de beleza photoshopado, plastificado, inventado nas revistas, nos outdoors, na tv, onde nem tudo que se vê é real e muito menos natural.

Caro(a) leitor(a), você tem sua própria beleza e é único(a) no mundo! Não há ninguém igual a você. Sei que é difícil amar a si mesmo, eu mesma ainda estou aprendendo, mas acredite, se você não se amar, os outros vão ditar as regras, impor padrões e dizer que você tem que ser o que eles querem que você seja. Isso é viver sob o domínio da escravidão. Você quer ser escravo(a) ou livre? Você quer ser você mesmo ou ser qualquer um ou só mais um?

Não se iluda. As migalhas que você aceita hoje te transformarão num monstro amanhã. Um monstro faminto por clicks, likes, um reconhecimento que te deixará cada dia mais irreconhecível diante do espelho. É um fardo pesado demais pra suportar, você não acha?

Se um dia você tiver e quiser a oportunidade de fazer uma cirurgia plástica, faça! Mas faça de forma consciente, de acordo com seu próprio padrão e com um médico qualificado. Não arrisque sua vida inconsequentemente. Não queria correr riscos desnecessários.

Queira ser a sua melhor versão e não a versão inalcançável dos outros. Seja você mesmo(a) e não apenas mais um!

Sua vida tem um valor imensurável. Não aceite migalhas, nem se deixe transformar num monstro! As aparências podem enganar. Então, não permita que elas enganem você!

Não se deixe seduzir pela linda forma de uma boneca de retalho. Elas não são elas. Não são inteiras de si mesmas. São apenas partes daqui e dali.

Lembre-se: São os extremos que matam, então, aprenda a viver uma vida equilibrada. Nem mais, nem menos. Encontre o seu equilíbrio e aprenda a se reconhecer diante do espelho, assim nunca verá uma imagem distorcida de si mesmo(a).

Cuide do seu corpo físico, da sua mente, do seu espírito e das suas emoções! Sua vida tem um valor imensurável. ❤

Foto: Wilson Vitorino

NEM SÓ DE LIKES VIVE O SER HUMANO

No início era inveja. Eu tinha inveja de quem sabia escrever bem, se expressar, se comunicar. Meu amigo tinha uma participação num blog que eu lia e eu ficava admirada o quanto ele e os outros escreviam tão bem. A naturalidade do escrever, do uso da linguagem de forma tão inteligente e parecia tão fácil, tão nato pra eles. Eu quis isso pra mim também e foi assim que criei o meu blog.

Não foi por hobby. Foi por inveja, eu admito. Naquela época eu queria ser vista, ouvida, lida. Eu queria aparecer como os outros apareciam. Eu sempre gostei de escrever, mas quando eu vi que minha escrita podia ser lida por outras pessoas e até mesmo por pessoas de outros países, meu ego falou mais alto do que minha paixão pela escrita. Logo, eu me vi tão ávida e presa pelos likes.

Eu gostava de ver a notificação de “fulano(a) curtiu o seu post”, cicrano(a) está te seguindo. Aquilo alimentava meu ego e eu me sentia a escritora, a blogueira, a tal. Quando eu via que outra pessoa escrevia melhor do que eu, usava palavras mais bonitas ou melhor colocadas, tinha um domínio linguístico ainda melhor que o meu, ou se comunicava de forma mais inteligente e conseguia alcançar mais pessoas, logo eu me via pequena de novo.

Foi quando eu parei e fiz uma auto reflexão. Deixei a inveja de lado e voltei a estaca zero. E me perguntei: Por que eu escrevo? Pra quem eu escrevo? O like é realmente importante ou é mais importante a reflexão no final da leitura? Quem é mais importante: a vida daquela pessoa ou o joinha que ela deixa e logo esquece?

Nem só de likes vive um ser humano, não é mesmo? Mas a verdade é que muitas vezes a gente se deixa levar. O ego às vezes fala mais alto do que os valores. Às vezes a gente se encontra numa carência de atenção tão grande que a gente esquece do que realmente é importante.

Não estou dizendo que não é bom ter seguidores, curtidas, nem alcançar pessoas de todo o mundo. Estou dizendo que a gente não deve viver em função dos ícones das redes sociais, nem de superficialidades. A gente deve ter consciência de conteúdo, de vida. O que a gente está levando para o outro? Que tipo de conteúdo eu quero passar? Porque do mesmo jeito que a gente é influenciado, a gente também influencia o outro. E aí está o grande desafio, a arte de comunicar, de transmitir, de fazer a diferença. O desafio é levar um bom conteúdo para o outro. Algo que seja bom, útil, agradável, divertido ou que leve o outro a repensar ou até mesmo a pensar.

O fulano muitas vezes só dá o like pela imagem. Às vezes nem leu o conteúdo. As pessoas são mais atraídas pela capa do que pelo conteúdo. A notificação do joinha, do coraçãozinho, do balãozinho, do novo seguidor é bom? É bom, mas não é tudo. Melhor do que isso é quando alguém lê meus textos e se identifica e repensa a vida. Melhor ainda é saber que o meu post alegrou o coração de alguém ou serviu de conforto ou consolo.

No início criei muitas redes sociais por inveja, esse blog foi uma delas. Eu queria aparecer. Hoje eu quero aprender a aprender.

Não é mais inveja, mas também não é um hobby. É uma necessidade de ouvir e ser ouvida, ou melhor, lida. Uma necessidade de ensinar e de aprender. É se comunicar de forma simples e fácil de ser compreendida.

O ser humano não precisa de likes pra viver. Ele precisa de amar e ser amado. Ele precisa de comunicação, interação, de socialização.

Mais do que o like (gostar, curtir) é o live (viver). ❤

Foto: Cristian Dina

SE ESTÁ FÁCIL DEMAIS… OU VOCÊ ESTÁ ERRADO OU PRECISA MUDAR DE NÍVEL

Certo dia numa das minhas aulas de pilates meu instrutor disse assim: “Se está fácil demais significa duas coisas: Você está fazendo errado ou precisa mudar de nível (evoluir).” Essa é uma daquelas frases que a gente pode e deve levar pra vida.

Quando tudo te parecer fácil demais, reflita, repense, reveja cada detalhe. Porque significa que você pode estar fazendo algo errado ou então que precisa mudar de nível. Não se pode bater na mesma tecla e esperar um som diferente. Do mesmo jeito que não adianta insistir num hábito que não te tira do lugar, que não faz você evoluir.

Tudo na vida da gente vai nos exigir algum esforço, algum desafio, alguma luta. Seja no trabalho, seja nos relacionamentos com as pessoas a nossa volta ou até mesmo em um relacionamento amoroso. Seja na faculdade, cursinho, numa viagem, num templo religioso, não importa onde, o quê ou quem. Tudo vai exigir algo em troca. Tudo demanda esforço seja físico, psicológico, espiritual, emocional e mental.

E tudo que vale a pena ser conquistado, ser melhorado nem sempre é fácil de conseguir e não se pode pular etapas. Ao pular etapas a gente mais perde do que ganha. Perde experiências, perde conhecimento, perde preparação. Os atalhos podem parecer melhores, principalmente quando já estamos cansados da caminhada, da luta, dos desafios, mas eles nem sempre nos levam a um destino confiável e muitas vezes a gente pode acabar perdido pelo caminho ou isolado o que é perigoso.

Quando estiver cansado(a) aprenda a descansar e não tomar atalhos seja lá para o que for. Na vida a gente está sempre correndo riscos, eu sei. Porém alguns são desnecessários, você não acha?

É melhor um caminho longo e confiável do que um curto e desconhecido. Afinal, “o seguro morreu de velho”, né?

Independente da sua luta, ou do tamanho do seu desafio evolua sem usar um cheat (trapaça)! Você pode mais do que imagina!

Não use atalhos, pois você pode acabar perdendo coisas ainda melhores pelo caminho.

Se você não estiver fazendo algo errado, então amplie o desafio e mude de nível! Você consegue! Fighting! ❤

Foto: Monstera

QUEM SOU EU PRA JULGAR UM CORAÇÃO APAIXONADO?

Quem sou eu pra julgar um coração apaixonado?

Quando vejo alguém postando “Eu te amo” ou “Amor da minha vida”, eu costumo sorrir. Mas não é um sorriso gentil, alegre de “Own, que lindo!” e sim um sorriso irônico de “Oh, sério! De novo?”. Eu não consigo evitar. O cinismo às vezes fala mais alto.

Hoje eu me autoavaliei. Queria saber o motivo real pra tanto desprezo e ironia. Afinal, eu sou tão comum, tão humana e tão sujeita a paixão como qualquer outro indivíduo.

Quem sou eu pra julgar um coração apaixonado quando o meu próprio já se apaixonou e se enganou tantas vezes?

Quem sou eu pra dizer que o amor daquela pessoa não é real, não é sincero (ainda que seja a 3ª ou 5ª vez no ano)? Não sou eu que sente esse amor e sim ela, então quem sou eu pra dizer o que é real e o que não é? Cada um torna real e eterno o que bem quiser.

Quem sou eu pra sorrir tão ironicamente ao ler palavras que eu mesma já ouvi e já falei em algum momento da vida? “Eu te amo”, “Amor”, “Meu bem”, e tantas outras palavras do dialeto dos apaixonados.

Quem sou eu pra julgar uma pessoa apaixonada quando eu também já fui assim?

Eu também já me apaixonei.

Eu também já fui ridícula como todas as pessoas que hoje eu considero ridículas por suas loucuras num relacionamento. A paixão nos deixa mais vulneráveis do que já somos naturalmente. O que torna tudo instável e altamente perigoso. Um risco ocupacional na vida de qualquer ser humano.

Qual o motivo pra tanto desprezo e ironia?

Inveja? Não. Não sinto inveja dos casais. A maioria deles mentem diante do público que os vê. Alguns só estão juntos por status, pra parecer normal, por medo de ficar só, ou pra suprir uma expectativa sem sentido. E mesmo que não mentissem, eu não sentiria inveja. Eu ficaria feliz por ver que estão juntos pelos motivos certos.

Desilusão amorosa? Ouço muito isso, mas não. Não sou assim hoje por causa de um coração quebrado, partido muitas vezes ou por sentimentos feridos. Esse tipo de coisa é pra aqueles que ainda são instáveis emocionalmente. Pra aqueles que ainda não descobriram só consegue amar de fato o outro quando se tem amor próprio.

O motivo é simples. Meu coração é de pedra. Então não consigo sentir como os outros sentem. Não mais.

Meu coração endureceu não pelos meus relacionamentos que fracassaram; nem tão pouco por desacreditar no amor. Eu acredito nele mais do que em qualquer outra coisa. Meu coração endureceu porque eu decidi não usar e abusar dele. Aprendi que ele é precioso demais pra ser entregue de qualquer maneira, pra qualquer pessoa. Ele é precioso demais pra ser entregue de olhos vendados.

Amor sem razão é carência. E a carência nos faz enxergar amor onde não existe. Dando lugar a paixão que nos cega, nos ensurdece e nos faz vítimas de um coração enganoso, de um amor ocioso.

Amor sem emoção/coração é insuportável. Quem gostaria de ficar ao lado de alguém que não cede tempo, não corresponde o carinho, o olhar atencioso, a conversa e o entrelaçar das mãos na caminhada? Quem quer estar ao lado de uma pessoa fria o tempo todo?

O amor deve ser o equilíbrio perfeito e contínuo da razão e a emoção. Devem estar em harmonia para não exceder os limites. Devem andar juntos para não se desgastarem com o tempo. Não é o amor que sustenta uma relação. É a forma de se relacionar que sustenta o amor.

Então…

Quem sou eu pra julgar os sentimentos e as escolhas que não me pertencem?

Quem sou eu pra julgar qualquer coisa quando eu mesma tenho minhas falhas?

Apesar dos meus fracassos eu nunca deixei de acreditar no amor. Eu apenas escolhi não viver um. Eu apenas escolhi permanecer sozinha porque é minha melhor opção.
Independente do que falarem ou fizerem, eu acredito no amor, no casamento, em família também. E não existe a menor possibilidade de deixar de acreditar nelas. Pra mim o amor foi, é e sempre será fonte de vida, de cura e de liberdade. ❤

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Foto: Shamia Casiano

EU NÃO QUERO SER LEGAL

Quando eu pergunto para alguém sobre mim, o que essa pessoa acha de mim ou como me vê, a resposta que eu ouço 99% das vezes é: Você é legal.

Isso me deixa frustrada, eu confesso. Porque é só isso. Legal.

A mulher que quero ser (e sei que estou longe dela) não é legal. Ela é incrível. Autêntica. Independente, forte, segura de si. Inteligente, capaz de dizer NÃO sem se explicar ou ficar com medo.

A mulher que quero ser é livre. Expressa suas ideias, opiniões, assume riscos. É responsável, gentil e disposta a encontrar soluções ao invés de reclamar. Não se faz de vítima, nem se deixa diminuir. Reconhece seu lugar, sua missão e não passa por cima de ninguém.

A mulher que quero ser não é legal. É incrível.

Faz algum tempo que perguntei o que ele viu em mim, e ele disse: Você é legal. Só isso? É uma boa companhia. Fiquei esperando outras palavras, outros adjetivos ou algo que lembrasse uma declaração que me colocasse como alguém importante em sua vida. Parei de esperar quando vi que não tinha mais nada. Era só isso que ele via.

Alguém legal. A visão é a mesma da maioria. Eu sou legal.

Sou legal porque permaneço mesmo quando todos já foram embora. Sou legal porque tenho dificuldade em dizer não e quando digo fico me explicando. Sou legal porque mesmo desconfiando sou sempre a última a saber das coisas e ainda assim continuo sendo o suporte. Sou legal porque isso é tudo que veem em mim. Nada mais.

Eu não quero ser legal. Toda vez que ouço isso é como se eu não tivesse outras qualidades. Não quero ser definida por essa única palavra. Ela é tão vaga que chega a ser frustrante. Toda vez que fui legal, fui mal interpretada ou deixada para trás.

Eu não quero ser legal. Quero ser bem mais que isso.

Eu realmente preciso reorganizar a vida. retirar algumas coisas e até mesmo reposicionar algumas pessoas pessoas da minha vida. Quando eu fizer isso sei que vão dizer que mudei e não vão gostar.

Nesse dia vou deixar de ser legal aos olhos dos outros, mas serei aquela mulher incrível que sempre quis ser aos meus próprios olhos. Isso se chama respeito e amor próprio. E também é uma auto realização.

Haverá perdas sim, mas os ganhos serão maiores e eu vou aprender a ser uma pessoa melhor pra mim mesma. E quando sou boa pra mim consigo ser boa para o outro. Só quem ama a si mesmo consegue amar o próximo.

Esse é o caminho certo. Amor. ❤

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Foto: Andrea Piacquadio

 

A IMPORTÂNCIA DE UM ABRAÇO

Em tempo de Coronavírus o mínimo contato pode ser perigoso.

Nunca um abraço foi tão desejado como nos dias de hoje. O que revela a fragilidade da existência humana. Sim, somos vulneráveis a doenças, mas não somente a elas. Somos vulneráveis aos desejos, aos pensamentos e as emoções. Ontem, o abraço era somente em sinal de cumprimento e quase sempre bem rápido. Hoje, a falta dele tem deixado muitas pessoas em profunda tristeza. Querem tocar, segurar, sentir, abraçar por mais tempo a pessoa amada, amiga, mas não podem. Agora entendem que o excesso ou falta de algo é realmente prejudicial à saúde.

As pessoas estão isoladas em suas casas e algumas clamando por misericórdia, para que esse caos se dissipe. Querem voltar para a vida corriqueira que se acostumaram. A pandemia deixou a população quase que em estado de inércia. Saem em caso de extrema necessidade e voltam com medo.

Nunca a vida foi tão preciosa como agora.

Antes a corrida contra o tempo era para cumprir horários, prazos no trabalho,  na faculdade, no cursinho. Todos estavam ocupados demais. Faltava tempo pra família, para os amigos, pra si mesmo.

Precisou um novo vírus chegar pra humanidade perceber que todos são dependentes uns dos outros de alguma forma e que diante de uma enfermidade ou até mesmo da morte somos todos iguais… Frágeis como papel. Perecíveis como quase tudo deste mundo é.

Tenha calma! Não se desespere porque tudo isso vai passar.

Apesar de todo esse caos estar acontecendo no mundo continue acreditando no futuro. As estatísticas revelam a seriedade do problema, eu sei. Mas, por favor, pare de focar só na parte ruim dela. Ela mostra infectados, casos suspeitos, mas também os que já se curaram. Então, tente ver o lado bom dessa crise toda! Otimismo e bom humor ajudam a elevar a imunidade, sabia disso?

Hoje, nós temos mais daquilo que tanto queríamos antes dessa pandemia… Tempo.

Tempo para curtir a família em casa. Tempo para aprender algo novo ou quem sabe até criar algo novo. Tempo pra refletir sobre nós mesmos. Tempo para cuidar da saúde no conforto de casa sem ter que gastar muito. Dá pra se divertir, aprender, trabalhar e ser feliz em casa também.

O abraço físico é importante, mas existem outras maneiras de demonstrar carinho, respeito e solidariedade.

A vida é frágil, suscetível a qualquer ameaça iminente e é exatamente por isso que ela é tão preciosa.

Embora frágil, a vida não segue roteiros. E diante de um desafio ela sempre recalcula sua rota porque o seu maior objetivo não é se estagnar, é se superar, se tornar cada vez mais resiliente.

Há sempre uma chance de recomeçar. ❤

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Foto: Helena Lopes