O AMOR PRECISA SER EQUILIBRADO, CASO CONTRÁRIO, VOCÊ SERÁ APENAS UM LOUCO, DESVAIRADO

“O amor precisa ser equilibrado. Se você gosta mais de uma pessoa do que ela de você. dê-lhe tempo e espaço para que ela o alcance. É importante refrear suas emoções quando seus sentimentos não estiverem em equilíbrio com os dela.” (Trecho do livro As coisas que você só vê quando desacelera – Haemin Sunim)

Eu ainda me lembro de quando tudo começou e como tudo terminou entre nós. E hoje vejo o quão imatura eu fui. Paciência nunca foi meu forte e esse tal de equilíbrio então, nem se fala! Ele sempre tão calmo, frio, e pensando mil vezes antes de agir. Se contendo. Se questionando. Duvidando de si mesmo e dos outros. Sempre com o pé atrás com medo de ferir, com medo de ser ferido. Enquanto eu era a emotiva, a expressiva, a que estava sempre sorrindo e sendo otimista em tudo. Eu era infantil demais e não sabia refrear minhas emoções.

Apesar de ser infantil, um tanto fútil e por vezes irracional naquela época, eu sabia de suas dúvidas, de suas inseguranças, mas só me importava com meus sentimentos. Eu o amava e estava apaixonada também, mas não sabia equilibrar a “balança do relacionamento”. Tudo que eu queria era não ser deixada, mas não olhei para o que ele queria.

É importante dar tempo e espaço para si mesmo e para o outro se organizar em seus pensamentos, e sentimentos. O amor não é uma via única. Ele é uma via de mão dupla. Relacionamento é uma conexão e uma construção, ou seja, leva tempo até chegar a um equilíbrio, a um nível de entendimento melhor e maior. Refrear as nossas emoções quando o outro não está no mesmo nível que nós é fundamental até pra nossa saúde mental. A pressa nos faz pular etapas, nos deixa mais vulneráveis e faz com que a gente se perca no meio do caminho.

Antes de iniciar um relacionamento pense direito. Reveja seus próprios conceitos, as qualidades e os defeitos. Veja se vão caminhar lado a lado ou se um vai acabar indo na frente. O amor não é irracional, mas a gente costuma ser quando é imaturo(a). Deve sempre haver equilíbrio, diálogo, confiança, compreensão, é assim que se constrói um relacionamento saudável.

Não é o amor que sustenta o relacionamento. É a forma de se relacionar que sustenta o amor.

O amor precisa ser equilibrado, caso contrário, você será apenas um louco, desvairado querendo que o outro seja seu eterno paraíso esquecendo de que ele ou ela é tão humano quanto você. Reflita bem sobre si, sobre o outro e sobre o “nós” que estão construindo ou querem construir, pois o relacionamento não é sobre um ou outro e sim sobre ambos. Não se trata de amar demais ou de menos e sim amar na medida certa. ❤

Foto: Peng Louis

NEM SÓ DE LIKES VIVE O SER HUMANO

No início era inveja. Eu tinha inveja de quem sabia escrever bem, se expressar, se comunicar. Meu amigo tinha uma participação num blog que eu lia e eu ficava admirada o quanto ele e os outros escreviam tão bem. A naturalidade do escrever, do uso da linguagem de forma tão inteligente e parecia tão fácil, tão nato pra eles. Eu quis isso pra mim também e foi assim que criei o meu blog.

Não foi por hobby. Foi por inveja, eu admito. Naquela época eu queria ser vista, ouvida, lida. Eu queria aparecer como os outros apareciam. Eu sempre gostei de escrever, mas quando eu vi que minha escrita podia ser lida por outras pessoas e até mesmo por pessoas de outros países, meu ego falou mais alto do que minha paixão pela escrita. Logo, eu me vi tão ávida e presa pelos likes.

Eu gostava de ver a notificação de “fulano(a) curtiu o seu post”, cicrano(a) está te seguindo. Aquilo alimentava meu ego e eu me sentia a escritora, a blogueira, a tal. Quando eu via que outra pessoa escrevia melhor do que eu, usava palavras mais bonitas ou melhor colocadas, tinha um domínio linguístico ainda melhor que o meu, ou se comunicava de forma mais inteligente e conseguia alcançar mais pessoas, logo eu me via pequena de novo.

Foi quando eu parei e fiz uma auto reflexão. Deixei a inveja de lado e voltei a estaca zero. E me perguntei: Por que eu escrevo? Pra quem eu escrevo? O like é realmente importante ou é mais importante a reflexão no final da leitura? Quem é mais importante: a vida daquela pessoa ou o joinha que ela deixa e logo esquece?

Nem só de likes vive um ser humano, não é mesmo? Mas a verdade é que muitas vezes a gente se deixa levar. O ego às vezes fala mais alto do que os valores. Às vezes a gente se encontra numa carência de atenção tão grande que a gente esquece do que realmente é importante.

Não estou dizendo que não é bom ter seguidores, curtidas, nem alcançar pessoas de todo o mundo. Estou dizendo que a gente não deve viver em função dos ícones das redes sociais, nem de superficialidades. A gente deve ter consciência de conteúdo, de vida. O que a gente está levando para o outro? Que tipo de conteúdo eu quero passar? Porque do mesmo jeito que a gente é influenciado, a gente também influencia o outro. E aí está o grande desafio, a arte de comunicar, de transmitir, de fazer a diferença. O desafio é levar um bom conteúdo para o outro. Algo que seja bom, útil, agradável, divertido ou que leve o outro a repensar ou até mesmo a pensar.

O fulano muitas vezes só dá o like pela imagem. Às vezes nem leu o conteúdo. As pessoas são mais atraídas pela capa do que pelo conteúdo. A notificação do joinha, do coraçãozinho, do balãozinho, do novo seguidor é bom? É bom, mas não é tudo. Melhor do que isso é quando alguém lê meus textos e se identifica e repensa a vida. Melhor ainda é saber que o meu post alegrou o coração de alguém ou serviu de conforto ou consolo.

No início criei muitas redes sociais por inveja, esse blog foi uma delas. Eu queria aparecer. Hoje eu quero aprender a aprender.

Não é mais inveja, mas também não é um hobby. É uma necessidade de ouvir e ser ouvida, ou melhor, lida. Uma necessidade de ensinar e de aprender. É se comunicar de forma simples e fácil de ser compreendida.

O ser humano não precisa de likes pra viver. Ele precisa de amar e ser amado. Ele precisa de comunicação, interação, de socialização.

Mais do que o like (gostar, curtir) é o live (viver). ❤

Foto: Cristian Dina

QUEM SOU EU PRA JULGAR UM CORAÇÃO APAIXONADO?

Quem sou eu pra julgar um coração apaixonado?

Quando vejo alguém postando “Eu te amo” ou “Amor da minha vida”, eu costumo sorrir. Mas não é um sorriso gentil, alegre de “Own, que lindo!” e sim um sorriso irônico de “Oh, sério! De novo?”. Eu não consigo evitar. O cinismo às vezes fala mais alto.

Hoje eu me autoavaliei. Queria saber o motivo real pra tanto desprezo e ironia. Afinal, eu sou tão comum, tão humana e tão sujeita a paixão como qualquer outro indivíduo.

Quem sou eu pra julgar um coração apaixonado quando o meu próprio já se apaixonou e se enganou tantas vezes?

Quem sou eu pra dizer que o amor daquela pessoa não é real, não é sincero (ainda que seja a 3ª ou 5ª vez no ano)? Não sou eu que sente esse amor e sim ela, então quem sou eu pra dizer o que é real e o que não é? Cada um torna real e eterno o que bem quiser.

Quem sou eu pra sorrir tão ironicamente ao ler palavras que eu mesma já ouvi e já falei em algum momento da vida? “Eu te amo”, “Amor”, “Meu bem”, e tantas outras palavras do dialeto dos apaixonados.

Quem sou eu pra julgar uma pessoa apaixonada quando eu também já fui assim?

Eu também já me apaixonei.

Eu também já fui ridícula como todas as pessoas que hoje eu considero ridículas por suas loucuras num relacionamento. A paixão nos deixa mais vulneráveis do que já somos naturalmente. O que torna tudo instável e altamente perigoso. Um risco ocupacional na vida de qualquer ser humano.

Qual o motivo pra tanto desprezo e ironia?

Inveja? Não. Não sinto inveja dos casais. A maioria deles mentem diante do público que os vê. Alguns só estão juntos por status, pra parecer normal, por medo de ficar só, ou pra suprir uma expectativa sem sentido. E mesmo que não mentissem, eu não sentiria inveja. Eu ficaria feliz por ver que estão juntos pelos motivos certos.

Desilusão amorosa? Ouço muito isso, mas não. Não sou assim hoje por causa de um coração quebrado, partido muitas vezes ou por sentimentos feridos. Esse tipo de coisa é pra aqueles que ainda são instáveis emocionalmente. Pra aqueles que ainda não descobriram só consegue amar de fato o outro quando se tem amor próprio.

O motivo é simples. Meu coração é de pedra. Então não consigo sentir como os outros sentem. Não mais.

Meu coração endureceu não pelos meus relacionamentos que fracassaram; nem tão pouco por desacreditar no amor. Eu acredito nele mais do que em qualquer outra coisa. Meu coração endureceu porque eu decidi não usar e abusar dele. Aprendi que ele é precioso demais pra ser entregue de qualquer maneira, pra qualquer pessoa. Ele é precioso demais pra ser entregue de olhos vendados.

Amor sem razão é carência. E a carência nos faz enxergar amor onde não existe. Dando lugar a paixão que nos cega, nos ensurdece e nos faz vítimas de um coração enganoso, de um amor ocioso.

Amor sem emoção/coração é insuportável. Quem gostaria de ficar ao lado de alguém que não cede tempo, não corresponde o carinho, o olhar atencioso, a conversa e o entrelaçar das mãos na caminhada? Quem quer estar ao lado de uma pessoa fria o tempo todo?

O amor deve ser o equilíbrio perfeito e contínuo da razão e a emoção. Devem estar em harmonia para não exceder os limites. Devem andar juntos para não se desgastarem com o tempo. Não é o amor que sustenta uma relação. É a forma de se relacionar que sustenta o amor.

Então…

Quem sou eu pra julgar os sentimentos e as escolhas que não me pertencem?

Quem sou eu pra julgar qualquer coisa quando eu mesma tenho minhas falhas?

Apesar dos meus fracassos eu nunca deixei de acreditar no amor. Eu apenas escolhi não viver um. Eu apenas escolhi permanecer sozinha porque é minha melhor opção.
Independente do que falarem ou fizerem, eu acredito no amor, no casamento, em família também. E não existe a menor possibilidade de deixar de acreditar nelas. Pra mim o amor foi, é e sempre será fonte de vida, de cura e de liberdade. ❤

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Foto: Shamia Casiano

ESCRITA TERAPÊUTICA

Escrever é terapêutico e libertador. Você não precisa ser um gênio, um filósofo, não precisa de renome e nem escrever conforme a norma culta da Língua Portuguesa. Você só precisa ser você transferindo seus pensamentos e sentimentos para uma folha de papel.

Escrever é uma terapia que revela muito de você pra você mesmo. E quem não quer o autoconhecimento? Afinal de contas, não é isso que estamos buscando todo esse tempo? O saber “quem sou eu”?

Escrevo sempre que posso e onde eu posso.
Me sinto livre nas palavras e na leitura consigo me expressar, me encaixar, me encontrar.
Minha felicidade está no poder das palavras, na liberdade de escrever.

A escrita é transferência de pensamentos, de ideias, é pesquisa sendo desenvolvida, é sentimento sendo revelado, é transferência de conhecimento. Você é livre pra escrever, pra ler, pra pensar e viver.

A escrita também faz história. Revela o passado, norteia o presente trazendo luz e esperança para o futuro.

Na escrita estão as palavras que a boca não pode dizer.
Ah, as palavras…

Elas podem ser luz na escuridão.
Elas podem ser chuva nos tempos de sequidão.
Elas podem gerar vida.
Elas podem revelar amor.

As palavras tem poder, acredite!

Escrever é terapêutico e libertador. Não é um dom, é uma habilidade da qual todos estão capacitados a exercer. Não se trata de genialidade e sim da mensagem que você quer passar e a quem possa interessar.

“A prática leva a perfeição”, não é esse o ditado? E esse é um dos ditados mais coerentes da vida. Para ser um bom escritor não é necessário ser um gênio, um filósofo, usar óculos “fundo de garrafa” para parecer mais intelectual, mas é necessário a prática da escrita e da leitura continuamente.

A escrita também faz história. Revela o passado, norteia o presente trazendo luz e esperança para o futuro.

Na escrita estão as palavras que a boca não pode dizer. ❤

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Foto: Pixabay