COMO PESSOA VOCÊ É ÓTIMA, MAS COMO PROFISSIONAL…

Detesto quando sou meu próprio carrasco, mas hoje eu fui. Hoje me deixei ser vencida pela minha pior versão. Ela foi implacável. Me fez lembrar de uma frase do meu antigo chefe… “Como pessoa você é ótima, mas como profissional…”.

A primeira vez que a ouvi eu chorei, mas hoje ela ecoou dentro de mim quase como uma verdade absoluta. E ao invés de chorar descontroladamente, eu apenas concordei. Fui ainda mais dura comigo mesma ao dizer que nem como pessoa sou boa o suficiente.

Sou uma bagunça. Um fracasso. Me deixei ser vencida de novo. Aish!

Eu odeio ficar diante de mim mesma porque é quando eu digo verdades amargas da pior forma pra mim mesma. Minha língua muitas vezes é tão letal como a de uma cobra venenosa. Meus pensamentos às vezes se embaralham e mal consigo filtrar e organizar.

Esses são os dias em que a guerreira perde a batalha e se torna prisioneira de si mesma. Se torna frágil como porcelana. Se torna vulnerável sem sua preciosa armadura. Esses são os dias em que ela sussurra no meu ouvido: “xeque-mate”. Os dias que minha pior versão consegue me convencer de que ela está certa.

“…mas como profissional…” ele nem precisou terminar a frase e ela nunca fez tão sentido como hoje. Quero usar desculpas por falhar tanto no meu trabalho. Quero dizer que é por causa da ansiedade, do pânico ou inventar algo, mas não existem desculpas. Eu falho por falta de disciplina, de responsabilidade, falho por que quero falhar. Afinal, não existe ninguém que seja responsável pelo meu sucesso ou fracasso a não ser eu mesma.

Me sinto péssima como pessoa e como profissional. Ainda mais quando lembro que falhei com eles, os alunos que cuido. “Você promete que não vai me deixar?”, um deles me perguntou. Eu disse que sim. Prometi ficar ao seu lado, mas quebrei a promessa. Isso me machuca. Ele tão doce, gentil e inocente e eu tão incompetente, tão irresponsável por deixá-lo sozinho quando ele mais precisa.

Como vencer uma batalha que você entra dizendo: “Ah, já está perdida!” ou “Eu não tenho chance”? É fácil se render antes de tentar. Ainda mais quando se está acostumado(a) a desistir. Mas quer saber? Uma parte de mim ainda quer lutar, ainda diz que se pode vencer.

Aqueles olhinhos, aquele sorriso, seu abraço, me convidam a continuar caminhando por mais que seja difícil, por mais obstáculos que possam existir. Eu preciso me redimir com eles e comigo mesma. Refazer a promessa e cumpri-la como se minha vida dependesse disso.

Está é a minha oração hoje: “Querido Deus, agradeço pela minha vida apesar da bagunça que deixei ela ficar. E eu vou tentar mais uma vez, afinal, a vida foi feita para ser vivida e bem aproveitada e eu vou cumprir a missão que me der dia após dia até o meu último suspiro”.

Não importa quantas vezes eu falhar. Eu vou me levantar mais forte e vou vencer. Eu sou o que decido me tornar. ❤

Foto: Anete Lusina

O QUE EU NÃO RESOLVO, ACABO POR REPETIR

“Tudo aquilo que eu não resolvo eu tenho que repetir.” Essa foi a frase que ouvi da professora de matemática do 6º ano da sala onde fico a tarde. E comecei a refletir sobre ela. É uma verdade não somente para a matemática, mas para a vida.

Tudo aquilo que eu não resolvo tendo a repetir, por exemplo, a procrastinação. Se eu não resolvo esse problema, logo me vejo sempre repetindo o erro de deixar o que eu tiver de fazer para depois.

Se eu não resolvo problemas emocionais vou acabar criando um padrão de repetição (que não desejo), mas acaba se tornando um hábito.

Você já teve aquela sensação de fracasso na vida? Aquele pensamento de que parece estar cometendo sempre os mesmos erros e não saindo do lugar? Pois é, eu também já. E isso se deve a questões não resolvidas ou mal resolvidas.

Quando eu não tinha uma autoestima saudável, nem sabia como me amar, eu era uma pessoa extremamente carente e instável. E ao me relacionar afetivamente, logo eu me via dependente daquela pessoa o que era prejudicial e perigoso. Eu repetia o padrão de dependência, de aceitar qualquer coisa por aquele relacionamento porque achava que precisava disso mais do que qualquer coisa na vida.

Por não resolver um problema emocional (da autoestima, do amor próprio) eu repetia um padrão de comportamento em todos os meus relacionamentos. Quando eu finalmente resolvi eu parei de viver um ciclo de repetição. Parei com os erros e com os excessos que me prejudicavam. Parei com a autossabotagem e não olhei mais para a superficialidade.

Se algo está dando errado significa que a gente deixou de aprender a lição. É preciso olhar com muita atenção, fazer uma autoanálise e enxergar o problema real para conseguir resolver e quebrar de vez o ciclo vicioso.

Tenha isso em mente. “Tudo aquilo que eu não resolvo eu tenho que repetir”.

Foto: Monstera/pexels