GRITOS MORTAIS. AS VOZES QUE SILENCIAMOS

“Só uma cicatriz em algum lugar dentro de mim
Algo que eu não consigo consertar
Mesmo que sempre vá estar lá
Eu finjo que não está lá (é esse o sentimento)
Estou preso no ontem (é como sempre vai ser)
Em que a dor é tudo que eu conheço (isso é tudo que eu conheço)
E eu nunca vou escapar (não consigo me libertar)
Porque quando eu estou sozinho. Eu estou perdido nessas lembranças
Vivendo atrás da minha própria ilusão
Perdi toda a minha dignidade
Vivendo na minha própria confusão…” (Trecho da música Lost – Linkin Park)

Eles não fazem coletiva de imprensa, mas deixam rastros. Eles não dizem “dia tal cometerei suicídio!” (pelo menos não em público). Os gritos são sutis, porém mortais. Nós os silenciamos ao dizer que o que sentem é bobagem e que não há motivo algum para ficarem assim. Não se pode medir dor ou sofrimento alheio e muito menos por nossas medidas. Cada pessoa sente de uma forma. As pessoas não são como roupa de departamento que é tudo igual.

Você reparou bem no trecho dessa música? Ela tem sonoridade, tem uma melodia, uma harmonia até gostosa de se ouvir, mas é claramente um pedido de socorro que muitos deles pedem e que nós simplesmente não prestamos a devida atenção até que a tragédia aconteça. Nós ouvimos as músicas, mas não notamos o significado delas.

Dizemos ser fãs desses artistas (cantores, atores), mas não damos atenção a eles. Não oramos por eles. Não deixamos um comentário ou enviamos uma carta amigável, agradável ou dizendo o quanto são importantes para nós. Não os apoiamos emocionalmente. Não nos importamos com sua saúde mental. Porém, quando a tragédia acontece ficamos surpresos, chocados, indignados ou frustrados, mas quando eles gritaram fomos indiferentes. Quando pediram socorro, ignoramos.

Vemos os rastros de dor. Ouvimos o pedido de ajuda. Sabemos da pressão externa que eles sofrem diariamente para atingir um padrão de perfeição que não existe e que muitos de nós impomos isso a eles. Nós vemos o que está no palco, mas o palco é lugar de representação, de exposição, mas não é a realidade completa e nua. É nos bastidores que tudo acontece. É nos bastidores que a realidade está. É ali que eles choram e não vemos. Que eles desabam e não notamos. Que eles deixam seus personagens e voltam à sua realidade. Voltam ao lugar de dor, de tristeza e solidão que acreditam não conseguir sair.

Você é fã de alguém de verdade ou é apenas um buraco negro que consome o conteúdo que essa pessoa tem a te oferecer? Se importa mais com a pessoa, o ser humano real como você ou está apenas interessado no personagem representado?

Até quando vamos negligenciar a dor do outro? Até quando vamos sufocar seus gritos e abafar seus sofrimentos? Vamos mesmo continuar fingindo que está tudo bem? Vamos permitir que o outro fique nu emocionalmente diante de n´os (sem julgamentos, preconceitos) ou vamos apenas passar por cima dele ou passar por ele?

Que Deus tire as escamas dos nossos olhos e nos dê um coração puro, mais humano e ouvidos mais sensíveis para ajudarmos a quem precisa seja quem for! Setembro amarelo é uma campanha linda pela vida, pela conscientização. Mas a luta pela vida é o ano inteiro. Suicidas em potencial não veem mês, dia, data especial para tirar a própria vida. Eles tentam e muitos conseguem fazer isso em qualquer dia.

Que a gente possa aprender a olhar para o outro com mais empatia e amor. Que a gente consiga se ver no lugar do outro e se mover a ajudar. E se você é alguém nessa situação de risco, que tem sentido essa vontade de cometer esse atentado a sua própria vida, por favor procure ajuda e evite ficar sozinho(a). Sua vida é importante. Você é mais importante do que pensa. Deus te ama e não quer perder você.

Procure ajuda psicológica ou psiquiátrica. Isso é uma fase ruim e que vai passar, acredite! Você não está sozinho(a). Você vai superar tudo isso. Ligue para o CVV 188. Você é a mais linda obra prima de Deus. Cuide-se! ❤

VAZIO

Eu me tornei uma pessoa horrível. Às vezes me pego pensando se realmente me tornei ou se nasci assim e me disfarcei.

É fácil ser legal com os de fora. Cumprimentar, sorrir, brincar, ouvir, ter educação, abraçar, ser gentil. Eles só passam por nós.

Difícil mesmo é lidar com os de casa, os agregados e aglomerados. E lidar comigo é algo quase impossível, pra não dizer insuportável. Na convivência permanente sou do tipo bem desagradável.

Me tornei tudo aquilo que na minha infantilidade, na minha meninice disse que jamais seria. Uma pessoa fria, indiferente, sem interesse por nada nem ninguém. Você mudou, eles dizem. E eu só consigo pensar: Não, eu apenas estou revelando o pior de mim.

Não, não foi por causa de uma desilusão amorosa como a maioria das pessoas pensam e até acreditam. Isso é bobagem. Superficialidade sentimental barata e sem sentido.

Me tornei essa pessoa horrível por colecionar pecados inconfessáveis, por não dizer meus pensamentos (eles eram pesados demais, ainda são), por levar uma vida vazia, desprovida de propósito que minha alma já fragmentada se desfez.

A verdadeira tragédia não é a solidão ou a morte. É não ser nada mais do que um corpo vagando pelo espaço-tempo desse incrível mundo em que vivemos chamado, terra.

A vida precisa de um propósito, de uma utilidade, caso contrário, nos tornamos como os zumbis que vemos na TV. Vagando pelo mundo apenas com instintos básicos de sobrevivência. E a vida é bem mais do que sobreviver.

Me tornei uma pessoa horrível por falta de amor e de propósito. Não é esse tipo de amor que você está pensando. Esse eu já tive. Me refiro ao amor que vem de dentro da gente. Aquele que torna tudo melhor, sabe?

Quanto ao propósito da minha própria existência, ainda não encontrei. O que significa que eu acordo e durmo com a mesma sensação todos os dias… O vazio.

O lado bom do vazio é que ele pode ser preenchido e aí é que está a esperança do recomeço, do novo, da vida.

Posso ter me tornado um demônio, mas sei quem pode trazer minha humanidade de volta. Sei quem pode transformar meu coração de pedra num coração de carne. E é pra Ele que todos deveriam correr quando percebessem o vazio da própria vida, porque esse vazio tem exatamente o tamanho Dele.

E se ainda tem vida, ainda há esperança. E onde há esperança, há novas chances pra mudar. Quebrar as correntes, preencher o vazio e mudar a história.

Afinal, a vida é sua. Só você pode decidir viver ou sobreviver.

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Foto: Paula Schmidt

MEDO

Embora eu diga para todos que sou uma pessoa muito medrosa, poucas foram as vezes em que senti medo de verdade. Aquele que gela, que causa “arrepio na espinha”.

Eu já vi uma arma de perto, já toquei numa arma e isso nunca me causou medo, talvez porque a pessoa que a carregava não me oferecia risco algum. Sei muito bem como é o barulho de um tiro e mesmo assim não sinto medo, talvez porque o barulho está sempre longe, porque os disparos não são pra mim ou porque nunca presenciei um tiroteio (e espero nunca presenciar).

Um dia dentro do ônibus um rapaz mostrou a arma em sua cintura para uma garota e ele tomou o celular dela. Ele estava bem na minha frente, roubando aquela garota que não pode fazer nada a não ser sentir medo. Por fora eu parecia calmaria, mas por dentro eu estava em pânico. O “arrepio na espinha” veio quando ele entrou no ônibus. Era como se eu soubesse o que estava prestes a acontecer e quando aconteceu eu estava em pânico por dentro, mas ao mesmo tempo agradecida a Deus por ter sido só o celular roubado e não uma vida.

Um dia dentro de uma escola um rapaz entrou armado e estava procurando alguém. Ainda penso: que bom que ele não encontrou quem estava procurando. Poderia ser pior.
Por fora eu parecia calmaria, mas por dentro eu estava aterrorizada e só pensava nas crianças ao redor.
Eu sei qual é o propósito de uma arma seja ela qual for, mas não sei qual é o propósito de quem a empunha.

Existe uma linha tênue entre defesa e ataque e qualquer coisa entre eles é o medo.
O medo que nos faz gelar, que silencia, que prende, que rouba, que afronta, que mata.
O último, mas não menos importante, foi quando li um artigo sobre uma artista plástica que passou horas e horas exposta diante de um público e disse que eles podiam fazer o que quisessem com ela durante aquele projeto (trabalho). Havia objetos de prazer e outros de destruição na mesa ao lado e ela permitiu que eles usassem os objetos nela como bem quisessem. E quando acabou ela chorou, porque percebeu a natureza do ser humano. Todos no início estavam tímidos, alguns fizeram cocegas, outros a decoraram com flores, até que a situação se agravou. Ela foi agredida de todas as formas possíveis. E no final os participantes apenas a ignoraram como se nada tivesse acontecido.

Este trabalho artístico provou a rapidez com que a violência contra os outros se intensifica quando as circunstâncias são favoráveis para os seus praticantes.
“Esse trabalho revela algo terrível sobre a humanidade. Isso mostra o quão rápido uma pessoa pode ferir em circunstâncias favoráveis. Mostra como é fácil desumanizar uma pessoa que não luta, que não se defende. Ele mostra que, se você fornecer o cenário, a maioria das pessoas aparentemente “normais” pode se tornar verdadeiramente violenta”.

A gente acha que o outro é ruim porque não colocamos uma lupa em nós mesmos. Somos humanos e a nossa natureza é corrompida, o que nos torna imperfeitos. Isso é um fato. Todos os dias escolhemos entre a bondade e a maldade (ambas em seu maior ou menor grau). Não somos nem bons e nem maus o tempo todo. É tudo uma questão de escolha.

O “arrepio na espinha” veio quando eu percebi que como ser humano falha que sou também posso cometer um ato violento. E isso me causou um medo terrível. O mais profundo e inquietante medo. O medo de mim mesma.

Hoje eu entendo melhor a frase: Orai e vigiai. A oração eleva a alma e a vigilância é pra impedir que façamos as escolhas erradas.
Nada é tão perturbador quanto a violência seja ela qual for.

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MÁSCARAS

Não somos quem dizemos ser.

Estamos cada vez mais interessados em aperfeiçoar nossas mentiras, encobrir os erros, apagar os rastros da nossa verdadeira essência do revelar quem realmente somos quando não há platéia.

Nos escondemos atrás de máscaras para camuflar nossa feiura interior devido as marcas do passado.

Nos escondemos atrás de falsos sorrisos para camuflar nossa dor.

Muitas vezes nos escondemos por medo. Medo de confiar em alguém e ter nossos segredos revelados, nossa fragilidade exposta.

Não somos quem dizemos ser.

Nos acostumamos a reprimir as vontades, os desejos, os sonhos e até mesmo a própria identidade. E por isso estamos infelizes, solitários e insatisfeitos. Vivendo sob o domínio das máscaras.

Nada é bom o suficiente.

Nada supre o vazio da própria existência.

Está tudo no automático.

Nos tornamos quem não queríamos ser. Vazios, solitários, individualistas e cada vez mais insatisfeitos.

As decisões erradas nos levaram a um beco sem saída. A vida perdeu o rumo, o propósito e sentido. Falta cor, falta brilho, falta amor.

As máscaras sufocam e machucam profundamente, mas insistimos em usá-las.

Por que?

Porque o medo da auto exposição e de ser rejeitado de novo é maior que a liberdade e o controle da própria vida.

Tomar o controle da própria vida significa trazer pra si responsabilidades, assumir riscos e erros, e viver sem máscaras. Estamos prontos pra isso?

É difícil, é doloroso, mas é libertador. O autocontrole molda o caráter, melhora a personalidade e traz à tona o melhor de nós.

Não precisamos de máscaras. Somos melhores sem elas porque somos nós mesmos.

Somos únicos.

Nossos fragmentos, defeitos, qualidades são uma pequena parte de nós.

Somos melhores sem elas porque somos nós mesmos.

E a gente é quem decide o que se torna.

eyes-1283163_1280Foto: Pexels

FRAGILIDADE

Somos tão frágeis.

Somos tão vulneráveis.

Vulneráveis ao pecado, a culpa, a queda, a dor, ao sofrimento, ao medo, a dúvida, ao isolamento.

Somos vulneráveis, frágeis e mortais essa é a realidade da nossa humanidade.

A dor é maior pra quem? Não julgue o outro! Cada um tem uma história que carrega alegrias e tristezas também. Não julgue o outro, pois sob a mesma condição você faria o mesmo! A gente só compreende melhor o outro quando calçamos as suas sandálias, caminhamos pelo mesmo trajeto, passamos pelo mesmo.

Todos em algum momento da vida já pensou em desistir. Já pensou na morte como uma solução, ainda que por um breve momento. Num momento de desespero, de vazio ou por achar que não tinha a quem recorrer. Não me venha com um discurso polido de que o suicida é covarde ou fraco diante das adversidades. Isso é desumano, antiético e eu não acredito nisso. Pra mim, ele de fato não quer tirar a vida em si, mas sim a dor que sente e não consegue externar, não consegue superar e vive um momento de intensa batalha contra ele mesmo. Pra chegar a esse extremo essa pessoa suportou muita dor. Dor, essa que não podemos quantificar pelo outro. E a dor também cega. Cega de tal forma que tudo que se consegue enxergar é a dor, o medo, a culpa, os erros, os cacos espalhados no chão.

Podemos ajudar, mas pelo visto estamos mais interessados em ferir do que curar. Em odiar do que amar. Em julgar do que compreender, abraçar e dizer: “Eu estou aqui por você.”

Quantas pessoas mais vamos deixar morrer?

Quantas pessoas mais vamos matar com nossas palavras malditas, com nosso desprezo, com nossa frieza, arrogância, ou ignorância?

Do que adianta ter tudo que sempre quis e sonhou, se por dentro há tanta miséria? Riqueza, beleza, status, aparências… Por fora tudo lindo, cheiroso e perfeito, mas por dentro apodrecendo pelas feridas abertas.

A família, os amigos, a carreira, o reconhecimento, o amor não tem sido suficiente para impedir uma tragédia. O que poderia impedir?

O vazio da nossa alma é exatamente do tamanho de Deus. Quando deixarmos, enfim, Deus agir, Ele vai nos curar, libertar e transformar no melhor que podemos ser. Ele é o único capaz de nos levar ao autoconhecimento de quem somos e quem podemos ser de verdade e através disso mudar nossa história.

A morte não é uma opção, muito menos solução.

O amor é a solução. E Deus é amor e o amor liberta, cura, transforma. O amor gera vida e vida abundante.

Um dia vamos entender que Deus nos ama independente de quem somos ou do que fazemos. Ele simplesmente ama. E quando entendermos isso, vamos caminhar na luz, na Sua preciosa luz. Neste dia, vamos aprender que o amor é extraordinário e transformador.

E nos momentos mais obscuros da vida vamos olhar pra dentro de nós e enxergar a luz… Neste dia, vamos viver sem desejar a morte!

Vamos entender quando Ele disser: “A minha graça te basta.”

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Foto: Pixabay

MATERNIDADE

Ela odeia os próprios filhos e tem seus motivos, mas isso não significa que seja má ou que faça maldades de propósito. Ela não odeia os filhos. Ela odeia o fato de ser mãe.

Romantizam a maternidade como algo incomparável, supremo, quase divino. Elevam as mães e menosprezam as mulheres que só querem ser mulheres.

A maternidade não é a mesma para todas as mulheres. Algumas amam crianças, são tias, madrinhas, mas não querem ser mães e está tudo bem. Não tem nada de errado numa mulher que só quer ser mulher ao invés de se dividir, se desdobrar em mil para dar conta de tudo e de todos ao mesmo tempo.

Algumas mulheres não veem a hora de se tornarem mães e viver essa experiência única e tudo bem também. O que funciona para um não necessariamente funciona para o outro.

Temos que parar de julgar e condenar as mulheres que não querem ser mães. “Ah, mas você pode se arrepender”… Pode? Pode. Assim como pode se arrepender de ter filhos quando na verdade não os queria.

Ter filhos por capricho, por pressão da sociedade ou da própria família, por qualquer outra coisa que não seja uma decisão plena, consciente e conjunta com o parceiro ou parceira é sinal de imaturidade. Um filho é uma responsabilidade enorme. Não é só colocar no mundo, é criar, educar, corrigir, ensinar, ser exemplo para que essa criança cresça e se torne uma pessoa de bem, ética, independente, consciente de quem ela é e do seu papel ou propósito no mundo. E essa é a parte mais desafiadora da maternidade.

Nos contam só a parte boa da jornada materna, as alegrias, as bagunças engraçadinhas, mostram coisas lindas nas redes sociais, mas e os desafios da maternidade? Será que é sempre maravilhoso? A maternidade não é a mesma para todas as mulheres. Algumas tem sorte de terem seus parceiros fiéis e presentes ali com elas até o último momento. Elas tem sorte de terem nos seus homens verdadeiros parceiros não apenas na vida sexual, mas na vida em si. Outras são abandonadas grávidas ou forçadas ao aborto. Algumas tem uma gravidez tranquila, sem maiores preocupações; outras precisam de repouso absoluto ou passam complicações. Algumas não sentem dor na hora do parto ou tem aquele chamado parto humanizado; outras são torturadas na hora do parto e silenciadas na hora da dor.

Não é romântico ser abandonada, rejeitada, desrespeitada ou violentada. Não é romântico sentir dor, perder o sono, ver o corpo mudar e não se sentir mais atraente ou sexy para o próprio parceiro. Não é romântico perder um filho durante a gestação ou durante o parto. Não é romântico querer muito ter um filho e não poder gerar ou ficar anos e anos esperando na fila de adoção para ter enfim o sonho realizado, o filho nos braços. Não é romântico se preocupar 24 horas por dia a vida inteira. Há mais desafios que romance. E nada disso tira o brilho, a força e a beleza dessa mãe que é mãe, mas que muitas vezes esquece que continua sendo mulher.

A maternidade é algo incrível mesmo. É linda e assustadora. Uma experiência que transforma mulheres e homens. A maternidade é algo extraordinário sim, mas nem todas as mulheres querem isso e elas não estão erradas.

Errado é obrigar uma reprodução em massa para satisfazer a “normalidade” da vida e da sociedade. Errado é acreditar que a maternidade é a felicidade suprema. Errado é endeusar os filhos. Errado é esperar e querer que outros sejam todos iguais.

O casamento, a maternidade são escolhas importantes a serem feitas na vida de qualquer pessoa e é por essa razão que não devem ser baseados só em romantismo porque por mais maravilhosos que possam ser não são perfeitos e não tem só a parte romântica, não tem só o lado doce. Tem dias difíceis também… Ô, se têm!

São decisões que precisam ser tomadas de forma consciente, segura, em conjunto com o parceiro ou parceira (afinal de contas são eles os envolvidos, né?). Isso tanto para o casamento quanto para a maternidade.

Então, por favor, não menospreze a mulher que só quer ser mulher! Ela não é inferior porque não é mãe. Há muitos fatores envolvidos para que uma mulher chegue ao ponto de dizer: Eu não quero ser mãe. Ela não é um monstro. Ela é apenas uma mulher que disse não a maternidade.

A maternidade é algo incrível, revelador e emocionante, mas não é só romance. É um misto de emoções que vai do nascimento a morte.

Algumas mulheres são mães e está tudo bem; outras querem filhos gerados no próprio ventre e se não puderem querem tê-los de outras formas (adoção por exemplo) e está tudo bem; Outras não pensam em ser mães, mas pode ser que um dia sejam; E tem aquelas que simplesmente não querem ser mães. Elas podem mudar de ideia? Podem e não há nada de errado nisso. E se não mudarem? Está tudo bem também. A humanidade vai continuar existindo.

Deixem as mulheres serem quem elas quiserem ser! Deixem elas refletirem sobre si mesmas! Não exijam delas algo que elas não se sintam prontas, seguras ou no mínimo confiantes a assumir, ainda mais algo que será pra vida toda.

Há mulheres e mulheres e cada uma com sua própria e única história de vida, de luta, de experiência, de alegrias, de dor, de cura, de quebrantamento e de renovo, de escolhas e consequências. Cada uma com o seu querer e porquê.

Tudo tem seu tempo e propósito nessa vida, ainda que a gente não consiga compreender. Deixem as mulheres serem quem elas quiserem ser! Deixem elas refletirem sobre si mesmas! Não exijam delas algo que elas não se sintam prontas, seguras ou no mínimo confiantes a assumir, ainda mais algo que será pra vida toda.

Mulher, independente de quem quer que você seja hoje (esposa, mãe, dona de casa, profissional ou com uma carreira em ascensão…), lembre-se que você apesar de se desdobrar em mil, você não deixou de ser mulher. Você é linda, inteligente, única, apta para exercer uma profissão com excelência, tem o livre-arbítrio. Deus criou você com amor e perfeição. Encontre sua verdadeira essência e identidade em Deus e seja livre de tudo aquilo que te prende e impede de se tornar a melhor versão de si mesma.

Você não é um objeto, não é uma máquina de fazer bebês, não é descartável, desprezável. Você é um ser humano. Você é digna de respeito e amor. ❤

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Foto: Janko Ferlic

 

RESPEITO

O respeito é a base de qualquer relacionamento, seja ele profissional ou pessoal. Onde não há respeito haverá sempre a desonra, o caos, a culpa e o ódio. Não somos obrigados a gostar de todo mundo, nem temos que aceitar a tudo e a todos, mas temos sim a obrigação de respeitar o outro independente de suas escolhas, de seu caráter, de sua personalidade, de quem ele era, é ou será.

Exigimos respeito a todo custo das pessoas a nossa volta, mas sabemos respeitar? Respeitamos de verdade os outros ou apenas invadimos a vida alheia?

Muitas vezes só respeitamos apenas quando convém, quando o outro nos serve, quando a opinião é comum, enquanto tudo é como e quando queremos. Isso não é respeito é utilitarismo.

Estamos tão utilitaristas uns com os outros e com nós mesmos que esquecemos do que realmente importa.

Entenda bem, respeito não é abaixar a cabeça, nem sucumbir a ideia ou ao desejo do outro, nem concordar com tudo e com todos. É a forma mais simples de expressar amor ao próximo. É como dizer: “Independente das suas opiniões ou escolhas, estou aqui pra te amparar no que for preciso e no que cabe a mim porque você é tão humano quanto eu”.  Somos humanos, falhos, imperfeitos e todos estão sujeitos a queda, então por que maltratar o outro?

A cor da pele, a forma do cabelo ou do corpo, a origem ou etnia, a classe social, a opção seja ela política, religiosa ou sexual, as escolhas, o cargo ocupado são apenas algumas das nossas diferenças, mas nenhuma delas exclui nossa humanidade. O contexto pode ser diferente, mas a humanidade, a fragilidade, a vulnerabilidade, a imperfeição é a mesma. E no fim nos descobrimos tão mortal como qualquer outro indivíduo ou ser vivente é.

A gente não devia usar “a mesma moeda” e sim usar medidas justas. “Ah, mas o outro fez isso comigo, então vou agir do mesmo jeito e dane-se”! O outro é o outro e você é você. As pessoas só podem oferecer aquilo que tem. E um erro não justifica o outro.

Se você paga com a mesma moeda que lucro você tem? Que diferença você faz?

Nós podemos influenciar uns aos outros, usar ou ser exemplos e até mesmo persuadir, mas não temos o poder de mudar o outro. Nós só podemos mudar a nós mesmos.

O respeito é a medida certa, a medida justa e devemos isso uns aos outros sim independente de quem são, do que fazem ou do que acreditam.

É como aquele velho ditado “Não faça aos outros o que não quer que façam a você.”

Respeite a si mesmo e então você conseguirá respeitar o seu próximo seja ele quem for. 😉

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Foto: Pixabay