PAPEL DE BOBO

Existem diversos tipos de linguagem. A imagem é uma delas e muitas vezes fala mais do que as palavras. A imagem a seguir retrata o típico cotidiano de uma sala de aula nos dias de hoje.

Alunos brincando, jogando bolinhas de papel, subindo nas carteiras, destruindo patrimônio público, ridicularizando seus professores são alguns dos comportamentos “normais” de um aluno.

Os pais? Deus me livre! Nós temos medo deles, pois alguns conseguem ser piores que os filhos (os melhores alunos, se é que você entende). Eles chegam afrontosos, carregando em suas línguas palavras ofensivas. Não querem nos ouvir. E como vão ouvir se os filhos são outros dentro de casa? Como vão ouvir nosso lado da história se nos roubaram o respeito, a autoridade em sala de aula, o nosso papel de educar? Nos roubaram o tal do respeito.

Agora estamos ali só fazendo papel de bobos mesmo. A escola virou um circo e nós somos os palhaços. Os alunos fazem o que bem querem, os pais apoiam e nós ficamos sem ter o que fazer, ficamos sem lugar.

Chamar atenção, deixar de castigo, corrigir o aluno, é coisa de professor corajoso, pois quem vê de fora e não sabe a história diz ser justo um processo. Mas esperar o quê de um país onde a educação é só saber ler, escrever e contar? Esperar o quê de um país que avançou em liberdade, em tecnologia, em ciência, mas regrediu no principal que é a educação?

Eles zombam, agridem (física e emocionalmente), fazem o que querem e quando querem e ai de nós, professores, se levantarmos a voz. Aos olhos de muitos, nós não fazemos nada. Aos olhos de outros, nós não significamos nada. E assim caminha a humanidade, uma geração cada vez pior que a outra.

Tenho o direito de ficar indignada ou será que só tenho o direito de ficar calada?

Imagem retirada do site soescola.com

NOSSO VAZIO EXISTENCIAL

Você já ouviu a história da luva Lulu? É uma história infantil cristã que fala sobre a questão do vazio existencial. A luva Lulu estava se sentindo sozinha, triste e murchinha porque não encontrava ninguém que pudesse preenchê-la e foi a procura do seu dono. Enquanto caminhava avistou uma fazenda e uma pontinha de esperança brotou em seu coração.

“Eu sou a luva Lulu, tão bela alguém me criou. Me fez com ternura, de fina costura, a imagem da mão eu sou, mas ainda não encontrei a mão que entrasse em mim e por onde vou, vazia estou, tão triste é viver assim. Será? Que alguém? Poderá enfim me encher? Por isso parto agora, espero um dia encontrar, alguém com cinco dedinhos que possa em mim se encaixar. Nasci só pra ser enchida, vazia não mais quero ser. A verdadeira alegria, por certo ainda vou ter. Avisto uma fazenda, é para lá que eu irei. Não morre minha esperança, quem busco, encontrarei.” (música)

Depois dessa linda canção, a luva Lulu parte para sua aventura de encontrar quem pudesse preenchê-la. Na fazenda ela encontra a dona galinha, o senhor porco, um cachorro grande e bravo, e em todos eles ela tentou se encaixar, mas de nada adiantou, pois eles não tinham os cinco dedinhos que podiam preenchê-la. Ela acabou ficando suja, fedida e cansada, pois estava procurando seu dono nos lugares errados. Sua única esperança era que alguém da casa pudesse recebê-la. Então, ela bateu na porta e ficou esperando. Pedrinho que morava naquela casa a encontrou jogada no chão e disse: “Oba, ganhei uma luva!”.

Pedrinho lavou a luva Lulu, deixou ela limpinha, cheirosa e sequinha, e então, a colocou em sua mão. E Lulu, pensou: “Até que enfim! Encontrei quem me preencha.” Ela não mais ficou se sentindo sozinha, vazia e murchinha, pois ela agora tinha um dono e suas mãos eram exatamente do tamanho dela.

Essa história ilustra de forma simples o nosso vazio existencial. Quantas vezes nós não fazemos como a luva Lulu e procuramos nos lugares, nas pessoas, em coisas materiais e/ou em qualquer outra coisa que possa nos preencher? E o que acontece? Geralmente, saímos frustrados, machucados, pois nada disso consegue nos preencher por muito tempo. Sempre fica uma lacuna. A gente sempre acaba com aquela sensação de que falta algo.

Assim como a luva tem o tamanho de uma mão, nosso vazio existencial é exatamente do tamanho daquele que nos criou. É exatamente do tamanho de Deus. Nós fomos criados para plenitude e relacionamento principal com Deus (a primazia é Dele) e depois com as demais coisas que nos são acrescentadas ao longo da vida (família, amigos, trabalho, estudos, enfim…).

Quando somos preenchidos por Ele entendemos nosso propósito, nosso lugar e a verdadeira alegria toma conta de nosso ser. A vida se torna mais leve, saudável e feliz.

Então, também passamos a entender aquele versículo que diz: “Porque Dele, e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém.” (Romanos 11:36).

Se nós somos feitos a imagem e semelhança Dele, só podemos ser preenchidos por Ele e nada nem ninguém mais.

Caro leitor, independente de religião, quero deixar um conselho. Busque primeiro a Deus, busque um relacionamento com Ele diretamente, pois a nossa morada eterna não é aqui nessa terra. Nossas escolhas aqui definem o nosso destino. Escolha com sabedoria.

“Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas a vocês.” (Mateus 6:33) ❤

Foto: Keenan Constance

SEM BRINCADEIRA NÃO HÁ EDUCAÇÃO INFANTIL

“Em vez de deixá-lo estagnar no ar viciado de um quarto, que seja todo dia levado em meio a um prado. Lá, que corra, que brinque, que caia 100 vezes por dia, tanto melhor: aprenderá mais cedo a se reerguer.” (ROSSEAU)

Para muitos de nós, adultos, as brincadeiras são apenas um passatempo, uma diversão para as crianças e nada mais. Porém, é por meio delas que as crianças aprendem e se desenvolvem na sua totalidade como ser humano.

É brincando que a criança aprende. Logo, o lúdico, não se trata apenas de um entretenimento infantil e sim de uma forma divertida de ensinar e aprender. Isso é educação infantil. É o cuidado, é o deixar explorar, vivenciar e experimentar o mundo à sua volta. Isso é didático.

A educação infantil compreende uma faixa etária dos 0 aos 5 anos de idade. E toda fase do ser humano é importante, mas é na infância que tudo começa. É na infância que se molda o caráter, a personalidade, o intelecto, o social, o psicoemocional do indivíduo.

Sem brincadeira não há educação infantil. Porque é brincando que a criança aprende como reagir diante de um desafio, como negociar, como ler o mundo à sua volta, como se comunicar, como se expressar. Ela desenvolve seu pensamento crítico, sua capacidade de se relacionar socialmente, ela explora, ela imagina, ela cria e recria.

Brincar constrói conhecimentos. Traz equilíbrio emocional, estrutura o corpo (brincar estrutura e organiza o corpo da criança através de vivências e experimentações no meio). A criança aprende regras e com isso cria-se o respeito por elas e o controle da impulsividade.

Brincar desenvolve a linguagem. Cada vez que ela brinca, a criança se sente mais confiante, mais livre e feliz.

A criança que brinca tende a se tornar mais sociável, mais empática, mais consciente de si mesma e do outro. Então, o brincar não é um mero entretenimento, não serve só para passar o tempo, mas é uma forma de aprender e viver a vida. Uma forma de desenvolvimento físico, emocional, psicológico, intelectual e social do (e para o) indivíduo.

Deixe a criança brincar! Deixe que ela corra, que explore, que caia e que aprenda a se reerguer! A criança tem seus próprios pensamentos, sua própria forma de ver o mundo e ela também precisa de liberdade para aprender.

Roupa suja? A gente lava. A tinta espalhada? A gente limpa. A parede riscada? Pode passar tinta que fica nova de novo. Mas como a gente se comporta diante da criança, se a gente educa ou somente repreende toda hora é que faz a diferença na vida dela. Você corrige ou reprime? Você quer educar ou apenas dizer não sem explicação?

Moldar o caráter, a personalidade, permitir o desenvolvimento social, emocional, intelectual, permitir a imaginação e a criatividade, brincar de forma livre e/ou orientada é o que realmente importa para que a criança cresça saudável e feliz.

A bagunça dá pra limpar e organizar e nada disso é tão importante quanto o tempo de qualidade dedicado as crianças, as oportunidades apresentadas a elas e o sua forma de ensinar, de se relacionar e se comunicar com elas.

As fases da vida não voltam, elas passam e quase sempre num piscar de olhos. Então, saiba aproveitar cada momento junto, cada brincadeira, cada conquista, cada cair e levantar, pois o tempo passa, mas as experiências permanecem no coração e na mente das crianças. Aproveite! Viva! Ensine sim, mas saiba ouvir e aprender também!

Deixe as crianças serem o que são… Crianças!

Deixe as crianças fazerem o que de melhor fazem… Brincar e aprender!

Pense na criança que um dia você foi e ressignifique o adulto que hoje você é. ❤

Foto: Tatiana Syrikova