FÁCIL DE FALAR, DIFÍCIL FAZER

“Eu devia sorrir mais, abraçar meus pais, viajar o mundo e socializar. Nunca reclamar, só agradecer, tudo o que vier eu fiz por merecer… Eu devia sorrir mais, abraçar meus pais, viajar o mundo e socializar. Nunca reclamar só agradecer, fácil de falar, difícil fazer…” (Trecho da música Piloto Automático – Supercombo)

E quem nunca se viu falando muito e fazendo pouco? Pois é. Falar e fazer são duas coisas que nem sempre andam juntas, deveriam, mas bem sabemos que a realidade muitas vezes é outra.

É fácil falar “eu quero ser saudável”, difícil mesmo são as atitudes para se tornar uma pessoa saudável. Você quer ser, mas todos os dias escolhe o caminho mais confortável. O despertador no modo soneca, só mais 5 minutinhos, que diferença vai fazer? A alimentação continua a mesma. Nada de atividade física. E você quer ser saudável como? Pela força do pensamento?

É fácil falar “eu quero ser rico(a)”, difícil mesmo é controlar o próprio dinheiro, administrar os gastos, reduzir custos e cortar da lista as trivialidades, não é? “Fulano estava predestinado a riqueza”, “nasceu virado pra lua”, e você não pode sair da sua zona de conforto e mudar seu destino? Acha mesmo que a lua, o cosmos ou sei lá o que interfere na sua neurologia, na sua forma de ser e pensar? Só você é capaz de tomar suas próprias decisões. Você e só você é responsável pelo seu sucesso ou fracasso.

A gente gosta de falar e fala demais. E quem muito fala pouco faz. Sabe por que? Porque a gente espera que a nossa fala ou melhor, o que falamos se materialize na nossa vida sem esforço. Eu sou assim. Quantas vezes eu falei que faria tal coisa, que seria mais determinada, decidida, que faria o meu melhor, que seria saudável, rica, fitness, mais profissional, mais ética e tantas outras coisas que só ficaram mesmo na fala. Palavras ao vento.

O despertador foi desligado. A preguiça me venceu de novo. As tarefas ficaram em segundo plano ou pra última hora. A vida continuou a mesma… Bagunçada, é claro! E aí? Quer dizer então que eu sou predestinada ao fracasso? Nasci pra falhar? Claro que não! Significa que faltou e ainda falta esforço da minha parte. Falta disciplina. Falta sair da minha maravilhosa zona de conforto e mudar minha história.

Não se trata de signo, de lua, de sol, de ascendente ou antepassado. Se trata de decisão. De escolhas. O que a gente escolhe ser e fazer. A gente pode viver no modo soneca pra tudo ou fazer o nosso melhor em tudo. A gente pode aceitar qualquer destino, o famoso “deixa a vida me levar” ou mudar nossa trajetória. O vento impulsiona o barco, mas quem ajusta as velas e muda o curso do barco é o tripulante/marinheiro.

E aí? Você vai continuar só falando ou vai se esforçar mais pra mudar? Viva um dia de cada vez, é isso! Planeje e saia da zona de conforto, do contrário vai continuar andando em círculos.

Você e só você é responsável pelo seu sucesso ou fracasso. Repense suas escolhas. ❤

Foto: Alexandr Podvalny

O PODER DA GRATIDÃO

Pelo o quê você é grato?

É engraçado como muitos de nós dizemos que somos gratos, mas na verdade nossa gratidão é da boca pra fora. É rasa demais. É só mesmo por tudo aquilo que nos convém. Afinal, quem quer ser grato por algo simples? Algo pequeno ou rotineiro? Quem quer ser grato pelo “pé na bunda”? Quem quer ser grato pela demissão? Quem quer ser grato pelos dias ruins?

Eu quero.

Aprendi que a gratidão tem um poder transformador. Ela aquece o coração mesmo quando ele ainda está dilacerado. Ela conforta nos dias ruins. Ela nos faz enxergar o lado bom de tudo. Eu não conhecia esse poder até precisar dele.

Quando eu estive doente a ponto de acreditar que iria morrer comecei a ser grata por literalmente todas as coisas, até mesmo as mínimas. Eu agradecia a Deus e me sentia feliz por acordar, por poder comer sem sentir dor ou vomitar, por caminhar sem escorar em nada ou em alguém, por entrar no banheiro e tomar um banho quente com a porta trancada sem medo de desmaiar lá dentro e por conseguir dormir sem tremor e temor.

Eu já estou bem melhor, mas ainda continuo grata. Passei a ficar menos estressada e a ter um novo olhar sobre as coisas do meu dia a dia. Eu que antes quase surtava de raiva ao ver os talheres fora do lugar, ou as roupas que meu pai estendia tudo fora de ordem, ou quando minha mãe me tirava do meu momento maratona de séries, agora nada disso me abala.

Os talheres eu ponho no lugar sem reclamar. As roupas estão fora de ordem, mas vão secar do mesmo jeito, então pra que pirar? Quando minha mãe vem me mostrar algo (que não me interessa em nada)… Eu paro o que eu estiver fazendo e dou atenção. Ainda que não me interesse passei a valorizar esses momentos com ela. São únicos e algum dia será o último e eu não quero ter arrependimentos. Quero levar comigo a certeza de que fiz o meu melhor.

Eu lembro que fui grata até pelos dias ruins, sabe por que? Porque sem eles eu jamais saberia apreciar os dias bons que hoje tenho. Eu fui grata por estar doente e por ter a quem recorrer, pois lembrei daqueles que adoeciam sem ninguém ao lado. Eu sou grata pelo mal que veio para o meu bem, pois hoje me vejo melhor do que antes.

Deixei de focar na dor, no lamento parar focar no que importa… No amor e no tempo presente. Gosto muito de um trecho do filme Kung Fu Panda dito pelo mestre Oogway onde ele fala pro dragão guerreiro ‘Você está preocupado demais com o que passou e com o que será. Há um ditado que diz: “O ontem é história. Amanhã é mistério. Mas o hoje é uma dádiva. E por isso é chamado presente.”‘ Viva o seu presente.

Chega a ser impressionante o quanto eu mudei. Tem dias que entro na van e ouço as mesmas reclamações e penso: “Ah! como senti falta disso e como sou grata por isso”, o importante é chegar bem no nosso destino. O trabalho tem sido cansativo, no final do dia tudo que quero é um banho quentinho e a minha cama. Antes eu reclamava do cansaço, agora eu fico relembrando uma frase do Mario Sergio Cortella que diz: “O cansaço é um privilégio dos vivos.”

Pois é, gente! Só fica cansado, só fica doente, só fica sensibilizado, os dias bons e ruins só acontecem para os vivos. E é isso! A vida por si só já é motivo suficiente para ser grato.

Levou um “pé na bunda”? Eu também já levei. Pare de se lamentar e reaja! Permita que suas feridas sejam curadas e siga em frente. Às vezes o “pé na bunda” nos impulsiona para algo melhor. Foi demitido? Eu sei o quanto isso é ruim, acredite! Mas ao invés de amaldiçoar a empresa ou chefe, apenas tente outro emprego e procure sempre melhorar suas qualidades ao invés de focar nos defeitos.

Os dias ruins? Eles passam. Os bons também, então saiba aproveitar!

Muitas vezes é preciso perder pra ganhar. Então, pare de chorar tanto isso só te enche de rugas antes da hora! Pare de rastejar! Você não é cobra. Você é um ser humano e é digno de respeito, principalmente do seu próprio.

A gratidão eleva o espírito e nos ajuda a ser a nossa melhor versão. Seja grato nas pequenas coisas, nas mais simples, pois quando receber coisas grandiosas não terá nenhuma soberba em seu coração, nem arrogância em suas atitudes.

Pelo o quê você é grato? ❤

Foto: Snapwire