Em julho de 2021 fui diagnosticada com síndrome do pânico, ansiedade e por fim, depressão. Ou seja, há 2 anos recebi um diagnóstico e por causa disso tenho feito um tratamento que inclui o uso de medicamentos.
Porém, escondi essa dor e essas crises desde 2002 (consciente). Acredito que desde janeiro de 1997 eu tenha manifestado sintomas característicos, mas nunca sequer revelei. Me mantive na minha.
Aguentei muita coisa. Suportei o insuportável.
O corpo dá sinais, mas a gente costuma ignorar. É como uma represa cheia d’água e com sinais claros de rachaduras, mas vemos e tapamos de qualquer jeito, até que um dia ela não suporta mais e o inevitável acontece. A represa se rompe e o jeito é recomeçar.
Admitir algo que te constrange ou assusta é doloroso, mas não é o fim do mundo.
Eu costumava perguntar ao médico: Quanto tempo vou ficar assim?
Agora já nem me importo com isso. Aprendi que há sempre uma luz no fim do túnel e que sempre há uma nova forma de viver.
Pessoas com depressão riem, cantam, dançam, comem, dormem, trabalham, fazem coisas normais como qualquer outra pessoa. Eu não choro o tempo todo e não sou infeliz. Mas, até eu me vigio, fico em alerta pra não me perder nos pensamentos negativos, na autossabotagem e naquelas velhas frases que se repetem a anos dentro de mim “você não tem valor”, “você é inútil”, “você não tem brilho”.
A que mais se repete e costumo aceitar é “ela não tem futuro”.
Eu sei que ainda tenho muito o que aprender e mudar em mim. Não é fácil. Mas, também não é impossível. Eu estou lutando a muito tempo mesmo que não pareça.
Mas, apesar de tudo eu ainda estou aqui, não é mesmo? Contrariando as expectativas, as estatísticas e até a vontade de alguns. Fazer o que? Não nasci pra agradar. Nasci pra viver ao propósito Daquele que me fez nascer e que tem todos os meus dias gravados nas palmas de Suas mãos.
A depressão ou qualquer doença e/ou transtorno mental é terrível mesmo, mas não é motivo da gente desistir nem lutar, nem de si mesmo. Nada em absoluto é motivo, razão ou circunstância pra jogar a vida fora. Pra dizer que não tem mais jeito.
Sempre há uma nova maneira de viver. Se até um GPS precisa recalcular uma rota quando a gente pega um caminho errado ou diferente, por que eu e você não conseguiríamos traçar uma nova rota pra nossas vidas?
Recomeçar é difícil e às vezes doloroso, mas certamente nos torna mais fortes, conscientes e melhores.