TARDE DEMAIS

Me dói pensar que ele estava tão perto e ao mesmo tempo tão longe.

Me dói saber que eu nada fiz. Não soube acolher. Não soube dar a devida atenção e o amor que ele precisava.

Me dói dizer que sua morte não me deixou em choque, mas é algo que não esperava saber.

Tudo que eu dizia era: “nossa, que menino chato!”.

Ele estava destruído por dentro e agora por fora.

Estava perdido, largado nesse mundo e agora não faz mais parte dele.

É triste. Por mais que a gente não esteja tão conectados uns aos outros, é sempre uma tragédia perder alguém. Ainda mais tão jovem. Ainda estamos atordoados. Ainda não sabemos o que dizer além de “meus sentimentos”. Nunca soubemos e provavelmente nunca saberemos. É isso o fica no final… Os sentimentos.

Por ele já não se pode fazer mais nada além de chorar. Mas pela família e demais pessoas de sua convivência podemos orar pedindo ao Espírito Santo que os console nesse momento de dor.

É doloroso pensar que não fiz nenhuma diferença em sua vida nem como cristã, nem como educadora. É lamentável a gente pregar sobre o amor e principalmente o amor ao próximo e não viver o que se prega.

Ele era um desafio constante, mas ainda era uma criança que gritava por socorro. Era uma pessoa. Uma vida que importava.

Mas às vezes estamos tão cansados, agitados, ansiosos com outras coisas que negligenciamos quem está perto. Abafamos os gritos. Fechamos os olhos por acreditar que não é a nossa responsabilidade.

A gente não precisa ir aos confins da terra pra fazer nossa missão. A nossa missão começa bem onde a gente se encontra. Ela começa onde a gente está. Ela começa na nossa casa, no nosso trabalho, na roda de amigos, em todo lugar.

Que Deus me perdoe por tê-lo negligenciado!

Que Deus conforte o coração de todos!

Que Deus nos ilumine e nos encoraje a fazer o que devemos e o que podemos fazer hoje porque o amanhã pode ser tarde! ❤